Que muro é esse que não “tava” aqui?
O que seria território? De acordo com o dicionário temos duas
definições de territórios. A
primeira é “grande
extensão de terra.” E a segunda “Área
de município, distrito, estado, pais, etc”. Como grande extensão de terras podemos entender que não há um limite
estabelecido, já na segunda definição pode-se entender que há.
Mas
porque delimitar territórios?
A questão do território é algo
muito amplo para se discutir, quando falamos a frase “esse é o meu território”
temos um sentimento de posse envolvido, de defesa daquele lugar. Quando
queremos definir o nosso espaço, por exemplo, demarcando o espaço da sua casa,
é comum que se construa muros, para que as pessoas ao passar naquele lugar
entenda que aquele é o seu lugar, que não se pode entrar sem ser convidado, que
a pessoa que está detrás do muro esta se protegendo de algo ou alguém que esteja
fora. Partindo dessa discussão, falamos em sala sobre os muros que dividem
sociedades, chega a ser estranho de ouvir, que atualmente estão querendo
separar países com MUROS. Mas se pararmos para analisar isso acontecia a muitos
anos atrás, as cidades construíam muros altos e largos, para separar cidades e
não deixar que o inimigo adentre ao seu território. Sim, é isso mesmo, para que
o “inimigo” não entrasse. E hoje em dia? Porque da construção de muros? Será
que vivemos em um mundo onde enxergamos o outro como inimigos a ponto de
construir muros que separem sociedades?
Agora vamos parar para analisar não
só a questão de muros físicos, mas muros sociais, onde acabamos fazendo
separações invisíveis de territórios para o rico e para o pobre, o bairro nobre
e a periferia, o shopping burguês e o shopping do povão. Isso é o que mais acontece
nas sociedades atuais. Na sala de aula falamos sobre diversos muros físicos que
separam sociedades, e meu grupo falou sobre um muro construído no litoral de São
Paulo para separar uma comunidade periférica de uma rodovia importante que liga
São Paulo ao litoral, com a desculpa de “proteger” os motoristas que ficavam
ali quando ocorria congestionamento e também proteger os morados, evitando
assim mortes por atropelamento que poderia acontecer, quando os mesmos
atravessavam a rodovia. Quando o muro foi construído não houve aviso prévio aos
moradores da comunidade, pois a construção do mesmo prejudicou aos moradores de
formas quase que irreparáveis. Muro esse que para a sua construção foi preciso aproximadamente
15 milhões de reais, um dinheiro que poderia ser investido para melhorar a
comunidade que não tinha o básico para viver ali, como saneamento, escolas,
lazer, saúde, entre outros. Será mesmo que esse muro foi construído para a
proteção dos moradores da comunidade ou para uma parte da população
privilegiada que passava na rodovia?
Esses muros que são construídos vai
além da sua forma física, são divisões sociais que começam na mente do ser
humano, ao se achar superior ao outro por ter mais conhecimento ou riquezas, ou
por achar que a sua crença é a correta, que seus ideais são absolutos, não
dando importância e não tendo respeito pelo outro, começando assim os conflitos,
que já falei em postagens anteriores. Podemos perceber que parece um ciclo sem
fim, que um assunto leva ao outro, o que é mais interessante para podermos
estudar e discutir esses assuntos, que quando abordado em sala nos traz um
conhecimento singular e abre a nossa mente para essas questões. Porque
construir muros que nos afastam de pessoas e lugares, se podemos nos conectar e
compartilhar experiencias, conhecimentos que nos enriquecem, que nos da a
oportunidade de sermos pessoas melhores e ajudar aqueles que precisam. Se não houvessem
os muros, quando eu digo muros falo sobre os invisíveis que criamos para nos
afastar daquilo que não queremos ter contato, seriamos pessoas melhores.
Além dos territórios em sua dimensão espacial e do ordenamento, parece que temos outras dimensões que se misturam quando aparentemente "se quer proteger esses territórios", não?
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